São Paulo decreta estado de emergência para dengue

São Paulo decreta estado de emergência para dengue

O governo de São Paulo decretou estado de emergência para a dengue.

A decisão foi tomada pelo Centro de Operações de Emergências (COE), grupo coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde, e oficializada nesta manhã. O decreto deve ser publicado no Diário Oficial ainda nesta terça-feira (5).

A medida ocorre após São Paulo atingir, nesta segunda (4), 300 casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes.

Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amapá também já decretaram estado de emergência para dengue este ano.

O que muda com o decreto

 

O decreto permite que os gestores públicos destinem recursos para combater a doença com maior celeridade e sem necessidade de licitação, além de aporte do Ministério da Saúde.

De acordo com o COE, o decreto ainda prevê uma liberação de recurso do governo federal, tanto para o estado quanto aos municípios.

“É um recurso limitado, não temos nem a estimativa do valor global ainda. Mas qualquer recurso ajuda”, completou Priscilla.

O governo também pretende ampliar o número de equipamentos de fumacê. Hoje são cerca de 600 no estado. O plano de ação prevê a compra de novos, mas é necessária a aprovação do Ministério da Saúde – o que já está sendo negociado.

A secretária da Saúde disse ter mapeado quais os hospitais e unidades de saúde que conseguem ampliar o atendimento, mas não informou quando essa medida será colocada em prática.

Municípios de SP com decreto de emergência

 

22 dos 645 municípios do estado já decretaram emergência. São eles:

  1. Bariri
  2. Bertioga
  3. Boraceia
  4. Botucatu
  5. Getulina
  6. Guararema
  7. Guaratinguetá
  8. Jacareí
  9. Jandira
  10. Mairiporã
  11. Marília
  12. Mauá
  13. Pederneiras
  14. Pindamonhangaba
  15. Registro
  16. Santa Branca
  17. São Manuel
  18. Sorocaba
  19. Suzano
  20. Taubaté
  21. Votorantim
  22. Votuporanga

 

Incidência e pico de casos

 

O governo monitora os sorotipos da dengue circulando no estado de SP. Atualmente, segundo a coordenadora de Controle de Doenças, a incidência é maior da dengue tipo 1 e 2. A taxa de positividade está em 40%.

Membro do COE, o diretor técnico do Instituto Butantan, Esper Georges Kallás, afirmou nesta terça que o aquecimento global e as chuvas criaram as condições ideais para a proliferação do mosquito e, consequentemente, do aumento de casos de dengue.

A gestão estadual, entretanto, diz não ser possível prever quando será o pico da doença.

Mortes

 

Nesta segunda-feira (4), o estado já registrava 31 mortes causadas pela dengue, segundo dados divulgados pelo painel de controle da doença da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

De acordo com a pasta, outros 122 óbitos ainda seguem em investigação. Os casos chegaram a 138.259, sendo 169 considerados grave.

As mortes confirmadas foram registradas em 21 municípios entre 1º de janeiro e 4 de março:

  • Bebedouro: 1 morte
  • Bariri: 2 mortes
  • Bauru: 1 morte
  • Pederneiras: 2 mortes
  • Bragança Paulista: 1 morte
  • Campinas: 1 morte
  • São Paulo: 2 mortes
  • Franca: 1 morte
  • Restinga: 1 morte
  • Marília: 3 mortes
  • Guarulhos: 3 mortes
  • Suzano: 1 morte
  • Batatais: 1 morte
  • Ribeirão Preto: 2 mortes
  • Serrana: 1 morte
  • Mauá: 1 morte
  • Parisi: 1 morte
  • Votuporanga: 1 morte
  • Pindamonhangaba: 2 mortes
  • Taubaté: 2 mortes
  • Tremembé: 1 morte

 

Na capital, além das duas pessoas que morreram pela doença, outros 27 óbitos estão em investigação. O casos chegaram a 32.212.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a maioria das infecções está concentrada em 15 de bairros que estão em epidemia de dengue, distribuídos pelas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste:

São eles: Vila Jaguará, Parque São Domingos, Itaquera, Jaçanã, São Miguel Paulista, Vila Leopoldina, Anhanguera, Tremembé, Campo Limpo, Vila Maria, Guaianases, Lapa, Água Rasa, Lajeado e Vila Medeiros.

Vacina

 

Em 25 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou a lista dos cerca de 500 municípios brasileiros que deveriam receber doses do imunizante num primeiro momento para vacinação do público-alvo, da faixa entre 10 e 14 anos.

Dentre os contemplados, apenas 11 ficam no estado de São Paulo: Guarulhos, Suzano, Guararema, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Poá, Arujá, Santa Isabel, Biritiba-Mirim, Salesópolis. A capital ficou de fora.

Os municípios paulistas deram início à vacinação contra dengue de forma gradual, a partir de 19 de fevereiro.