Álvaro de Carvalho e Garça estão entre os municípios de SP que mais destruíram vegetação nativa em 2024

Álvaro de Carvalho e Garça estão entre os municípios de SP que mais destruíram vegetação nativa em 2024

Um levantamento divulgado pelo Painel Verde, do Governo do Estado de São Paulo, colocou os municípios de Álvaro de Carvalho (SP) e Garça (SP) entre os que mais registraram destruição de vegetação nativa no estado em 2024. As cidades ocupam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugares no ranking estadual, atrás apenas de Barretos (SP).

  • 1º lugar – Barretos: 803,14 hectares;
  • 2º lugar – Álvaro de Carvalho: 616,98 hectares;
  • 3º lugar – Garça: 489,1 hectares.

 

Segundo a Polícia Ambiental, um dos principais fatores que contribuíram para a devastação foi um incêndio de grandes proporções iniciado em setembro em uma estação da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Segundo o tenente Lopes, da Polícia Militar Ambiental do Estado de SP, o incêndio na estação consumiu 189 hectares em área de preservação. Em entrevista ao g1, o militar também citou outros prejuízos adjacentes à ocorrência.

“Além disso, a fauna local também é severamente atingida, pois a vegetação nativa e ampla do local serve de lar para diversas espécies, inclusive de grande porte e no topo da cadeia alimentar. Essas espécies podem, inclusive, fugir para rodovias próximas, aumentando o risco de acidentes. Por último, podemos elencar a questão da fumaça, que prejudica muito a saúde dos moradores locais e de cidades próximas da região”, explica.

 

O fogo se espalhou rapidamente, atingindo dezenas de propriedades rurais em Álvaro de Carvalho e Garça.

A investigação apontou que a área onde o incêndio começou não recebia a manutenção adequada. A perícia técnica revelou que mais de 2 mil hectares foram afetados em 31 propriedades, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs). Como resultado, foram emitidos 75 autos de infração ambiental.

A CPFL foi multada em R$ 12 milhões por sua responsabilidade no caso, segundo a Polícia Ambiental. Em nota divulgada na época, a empresa lamentou o ocorrido, mas negou responsabilidade, afirmando que apresentaria sua versão dos fatos no momento oportuno.

Tenente Lopes completa que a área segue em recuperação natural. Imagens mostram a evolução do reflorestamento com mata nativa da área.

“O principal obstáculo dessa regeneração natural é principalmente a ação humana, quando é utilizado o local para agropecuária, seja para plantio de diversas culturas, ou seja, para a utilização também de animais, principalmente bovinos, que acabam pisoteando áreas ali de APP e dificultando a regeneração nativa da vegetação nesses locais, principalmente ao redor de nascentes, que são de suma importância para a preservação dos recursos hídricos da região” conta.