POR EXTRA | BRASIL
As vacinas da Pfizer que chegaram ao Brasil nessa quinta-feira, num lote com um milhão de doses, deverão começar a ser distribuídas para as 27 capitais do país entre hoje e amanhã. O Ministério da Saúde diz que ela vai ocorrer de forma “proporcional e igualitária”, mas não informou quantas doses serão destinadas para cada município.
Refrigeração especial
A pasta orienta que a vacinação com as doses dessa primeira remessa da Pfizer fique restrita às capitais e, se possível, ocorra em unidades de saúde que possuam câmaras refrigeradas cadastradas na Anvisa. As vacinas da marca precisam ser guardadas em temperaturas de 15 e 25 graus negativos, e nem todas as cidades têm freezers apropriados.
Em dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, descartou a compra da vacina por causa da exigência de armazenamento em baixas temperaturas.
Intervalo de 21 dias
Assim como ocorre com outros antígenos, também são necessárias duas doses. A aplicação de uma terceira dose, para reforço e atualização da proteção, ainda é estudada pela fabricante. O intervalo recomendado entre as doses é de 21 dias e aplicação deve ser feita em pessoas com mais de 16 anos.
Como as vacinas só podem ficar entre -25°C e -15°C até 14 dias, a distribuição será feita em duas etapas: primeiro serão enviadas, aos estados e ao Distrito Federal, 500 mil unidades destinadas à primeira dose. Uma semana depois, as unidades federativas receberão a outra metade, para a segunda dose.
Esta é a primeira remessa de um total de 100 milhões de vacinas compradas pelo Ministério da Saúde e que, segundo o cronograma oficial, devem ser entregues até setembro.
A vacina da Pfizer, que teve três propostas comerciais recusadas pelo governo federal no ano passado, foi a primeira a conseguir registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda em fevereiro. A autorização foi baseada nos estudos de fase 3, que apresentaram uma eficácia global de 95% na população do levantamento. Das duas vacinas que estão sendo aplicadas no país desde janeiro, a AstraZeneca também conseguiu registro definitivo, e a CoronaVac ainda tem registro para uso emergencial.
Ao acompanhar a chegada das vacinas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o governo federal tem compromisso com imunizantes “seguros, eficazes, efetivos e autorizados pelas autoridades sanitárias”.
— Nos próximos seis dias, vamos distribuir 16,6 milhões de doses de vacinas — afirmou Queiroga. — Negacionismo é querer negar o óbvio. Vacinamos nossa população com eficiência sem precedentes.
Na capital paulista, cerca de 65 mil doses devem ser distribuídas a partir de 6 de maio.
Depois de serem entregues em Campinas, as doses seriam encaminhadas para o centro de distribuição do governo federal em Guarulhos (SP), onde serão armazenadas em câmaras frias a uma temperatura de 70 graus negativos.