As sanções comerciais e restrições de acesso a mercados internacionais pós a deflagração do conflito entre Rússia e Ucrânia fizeram com que as exportações de amendoim da região de Presidente Prudente (oeste paulista) caíssem pela metade entre 2021 e 20212.
De janeiro a setembro deste ano, os municípios da região de Prudente venderam ao exterior US$ 922.125 (800.000 quilos). Em valores, trata-se da metade do comercializado no mesmo período do ano passado, que foi US$ 1.806.033 (1.449.852 quilos).
Os dados são do Comex Stat, portal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil, que foram copilados com exclusividade pelo Oeste Agropecuário. O portal classifica os produtos como “amendoins não torrados nem de outro modo cozidos, mesmo descascados ou triturados”.
Rússia
A comercialização de amendoim da região de Prudente com a Rússia, um dos principais compradores do país, despencou. Em 2022, de janeiro a setembro, os russos adquiriram US$ 295.225 (250000 quilos). Os números são infinitamente inferiores a 2021, quando no mesmo período, a aquisição foi de US$ 1.421.417 (1.149.852 quilos).
Só o município de Ribeirão dos Índios vendeu este ano US$ 206.475 (175.000 quilos). Já, em 2021, sem a guerra, os resultados foram: US$ 1.262.452 (1.024.850 quilos). Já, Santo Anastácio, que havia enviado à Rússia em 2021 US$ 158.965 (125.002 quilos) vendeu este ano US$ 88.750 (75.000 quilos).
Região é destaque
A região de Prudente é uma das principais produtoras de São Paulo, líder do ranking, e consequentemente do país. Presidente Prudente e municípios vizinhos produziram na safra 2021/2022 o total de 65,34 mil toneladas de amendoim, em área de 15.571 hectares. Já, entre 2020/2021, o resultado foi de 76,19 mil toneladas em 16.486 hectares.
O Estado de São Paulo produziu 673,8 mil toneladas em área de 174,6 mil hectares na safra 2021/2022. No ciclo anterior, foram 664,7 mil toneladas em 172,8 mil hectares.
Expectativa positiva
Apesar dos reflexos negativos da queda da exportação em virtude da redução das compras dos russos, especificamente, a expectativa é positiva com a abertura do mercado chinês para o produto prudentino. O assunto foi destaque do programa “Agro & Negócios”, aos domingos, às 7h, na Rádio 101,1 FM. “A gente vê com muito bons olhos. Tínhamos parcela muito grande de negócios com Rússia e Ucrânia e a guerra prejudicou um pouco. E algumas cooperativas e indústrias estão se estruturando para vender para a China”, disse, na oportunidade, o produtor Helder Lamberti Filho, de Regente Feijó.
“É esperado que abram novos mercados e que desenvolvam os mercados que já atuamos”, destacou. “Trata-se de um sinal muito positivo para que nós produtores continuemos na cultura e as indústrias investindo”, complementou, ao citar, por exemplo, o recente investimento da cooperativa Casul, em Parapuã (SP), que vai vender óleo para os chineses.
Também em entrevista ao Agro & Negócios, o titular do Mapa, Marcos Montes, falou sobre o anúncio feito no último dia 22 de setembro, de que 47 empresas brasileiras foram autorizadas a exportar amendoim à China. “A abertura daquele mercado para esse produto faz parte de um pacote de avanços alcançados nas negociações bilaterais neste ano, possivelmente o mais importante em mais de uma década”, salientou.
A entrevista completa está no https://norteagropecuario.com.br/tv-norteagroto/