(g1) O Ministério Público Federal (MPF) pediu neste domingo (6) informações a outros órgãos federais sobre medidas tomadas para identificar e responsabilizar autores de bloqueio na BR-163, no Pará. Para barrar o trânsito no km 332 em Novo Progresso, sudoeste do estado, uma castanheira, espécie ameaçada de extinção, foi derrubada e o tronco, usado para interditar a rodovia.
A castanheira centenária com cerca de 30 metros foi derrubada na manhã de sexta-feira (4) por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro para bloquear a rodovia, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ainda de acordo com a PRF, os manifestantes também teriam cortado outras árvores. A via foi totalmente liberada ainda na sexta-feira.
O trecho da BR-163 onde a árvore foi derrubada é em Novo Progresso, cidade paraense que mais deu votos ao presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições: quase 83% dos votos.
O MPF enviou à Polícia Rodoviária Federal e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) as solicitações de respostas sobre quais iniciativas foram adotadas para identificar e responsabilizar os autores da derrubada.
À PRF, o Ministério Público solicitou informações sobre o registro das placas dos veículos identificados no bloqueio, para que motoristas e passageiros sejam formalmente ouvidos; e a lista dos agentes policiais incumbidos da ação de retirada da árvore da pista e da possível negociação com os manifestantes.
O g1 solicitou posicionamento ao Ibama, à Polícia Federal, às Polícias Civil e Militar e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente para saber se algum crime ambiental envolvendo a derrubada da árvore é apurado, mas, até a publicação desta reportagem, não recebeu retorno.
Este domingo foi o sétimo dia de atos anti-democráticos no Pará. Uma rodovia federal segue parcialmente interditada, segundo a PRF, em Altamira, na BR-163. Durante a semana, o estado paraense chegou a ter 35 interdições parciais ou totais em diferentes rodovias federais, segundo a PRF. Os atos foram sendo desmobilizados após determinações judiciais e ações integradas de polícias nos locais dos bloqueios.