RNAi: uma estratégia a ser explorada para a indução de resistência a viroses em tomateiro
Camila M. Rêgo, Alice K. Inoue-Nagata e Erich Y. T. Nakasu (Embrapa Hortaliças)
Doenças de origem viral destacam-se entre as que mais impactam a cadeia de produção de tomate, podendo afetar diretamente a produtividade e a qualidade dos frutos. Em geral, as plantas são mais suscetíveis a viroses no início do ciclo da cultura, motivo pelo qual as infecções precoces resultam em maiores danos e prejuízos. Como os vetores de vírus mais importantes são insetos sugadores, destacando-se a mosca-branca, a aplicação de agrotóxicos para eliminá-los tem sido a principal medida de controle dessas doenças. Contudo, os inseticidas geralmente apresentam baixa eficiência e elevam sobremaneira o custo de produção, além de resvalar em questões inerentes à contaminação ambiental e humana O uso de cultivares de tomateiros resistentes a viroses tem aumentado no Brasil, sobretudo nos últimos cinco anos; porém, o leque de materiais com qualidades agronômicas, nutricionais, culinárias e de resistência desejadas ainda é baixo.
A principal estratégia para o desenvolvimento de plantas resistentes a vírus é a introdução de genes de resistência por meio de cruzamentos genéticos, tarefa árdua, demorada e somente possível se os genes forem conhecidos. Como resultado de um grande esforço de pesquisadores da área de melhoramento genético em todo o mundo, cultivares de tomateiro com níveis variados de tolerância estão disponíveis no mercado brasileiro, sendo usadas contra diferentes grupos virais, tais como os potyvírus, tobamovírus, tospovírus e begomovírus. Essas plantas, entretanto, podem possuir baixos níveis de tolerância ao vírus e o seu uso amplo e contínuo pode resultar no surgimento de novos isolados virais capazes de superar a resistência, gerando frequentes escapes e altas taxas de infecção. Por isso, a busca por medidas alternativas é essencial para o controle de viroses, de forma a compor um conjunto de medidas a ser utilizado em um manejo integrado de pragas.
Nesse contexto, pesquisas envolvendo a indução de resistência de plantas contra vírus pelo mecanismo de RNA interferente (RNAi), sem a produção de plantas transgênicas, estão sendo realizadas na Embrapa Hortaliças. O projeto visa o desenvolvimento de uma estratégia de controle inovadora, que possa proporcionar a redução das perdas econômicas causadas pelas doenças virais de forma específica e eficiente. (Mais informações sobre o tema- Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)- www.embrapa.br/fale-conosco/sac/