Conservação do solo e da água para pastagens tropicais

Gramíneas forrageiras previne a formação de erosões nas pastagens

Conservação do solo e da água para pastagens tropicais

Alexandre Romeiro de Araújo-Pesquisador da Embrapa
Apesar do destaque atual, a conservação do solo e da água são temas bastante antigos com relatos históricos, inclusive bíblicos. No Brasil, o assunto também já esteve em pauta há tempos. Um desses registros data da década de 30, na ocasião, o engenheiro agrônomo Dr. Fernando Penteado Cardoso, escrevera para o Suplemento Agrícola do jornal O Estado de São Paulo o texto denominado “Alerta contra a erosão”, onde procurou mostrar a importância do terraceamento em áreas agrícolas e os desastrosos efeitos da erosão nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.

Em condições tropicais, como é o caso da maior parte do Brasil, a erosão hídrica assume papel de destaque, sendo esta a principal causa de erosão do solo. Este tipo de erosão possui três fases distintas: a desagregação das partículas de solo, o transporte e a deposição destes sedimentos nos cursos d’água.

A resposta para esta questão envolve diversas áreas das ciências agrárias, mas os principais motivos são: espécie forrageira inadequada ao local; má formação inicial; manejo e práticas culturais inadequadas; ocorrência de pragas e doenças; manejo animal impróprio (especialmente excesso de lotação e sistemas inadequados de pastejo) e ausência ou aplicação incorreta de práticas de conservação do solo, em função do tipo de solo da propriedade ou da gleba.

Em áreas de pastagens com lotação excessiva, com pouca massa de forragem e solo descoberto, a forrageira perde uma de suas principais funções no que diz respeito à conservação do solo, que é a de minimizar o impacto da gota de chuva diretamente no solo, evitando a desagregação das partículas. Esta é a primeira, e talvez a mais importante, etapa para instalação do processo erosivo no solo em áreas de pastagens tropicais.

Uma das alternativas para minimizar o problema seria o uso de uma ferramenta lançada pela Embrapa Gado de Corte: a régua de manejo de pastagens. Essa tecnologia tem por objetivo principal determinar a altura de entrada e saída dos animais do piquete, em função da disponibilidade forrageira.