Ansiedade e estresse podem gerar compulsão alimentar

Com o estresse do dia a dia, muitas pessoas encontram a compensação na alimentação. Em busca de respostas para este comportamento, a reportagem conversou com a nutricionista prudentina Patrícia Zacharias, a qual explicou que a ansiedade possui uma relação direta com o hábito alimentar de indivíduos que, às vezes, não conseguem resolver, controlar o que está causando a ansiedade, e acabam “descontando” na comida.
As consequências, os riscos dessa prática a curto e longo prazo são desde o comer em exagero, a dar preferência a alimentos não muito saudáveis, altamente calóricos, levando-o a um grande aumento de peso, surgimento de doenças como diabetes, aumento do colesterol e triglicérides, gordura no fígado e da pressão arterial.
“Comer passa a ser como uma válvula de escape. A pessoa associa aquele relaxamento pós-refeição, que é normal sentir depois de um jantar ou almoço, à diminuição do mal-estar emocional. O organismo passa a produzir substâncias para a digestão e o foco muda, a ansiedade e o nervosismo caem”, expõe a nutricionista.
Para evitar que a ansiedade recaia sobre o prato de comida, Patrícia aconselha que a pessoa simplifique sua alimentação, evite dietas muito restritivas em momentos como esse e mantenha o equilíbrio. “Aproveite essa oportunidade para rever e tentar estabelecer uma relação mais saudável com a comida”, orienta ela.

NO DIA A DIA:
* Mantenha sempre alimentos saudáveis por perto
* Tenha frutas e legumes que precise mastigar bastante
* Beba muita água e líquidos em geral
* Saia do ambiente onde está ansioso e vá passear ao ar livre, onde consiga concentrar a respiração
* Pratique exercício físico
* Leia um livro
* Assista a um filme
* Ligue para um amigo (a)
* Mude o foco de seus pensamentos
* Ouça uma música que te deixe calmo

Questões emocionais

O hábito de comer de forma desenfreada, sem sentir fome, está associado a questões emocionais. É o que expõe a psicóloga clínica, neuropsicóloga e hipnoterapeuta prudentina Aline Tanaka Campos Filitto. Segundo ela, quando isso acontece com muita frequência, tal condição gera sofrimento, prejuízos físicos e mentais ao indivíduo.
Conforme a especialista, na maioria dos casos, o ato de comer compulsivamente está associado a fatores que vão muito além de questões psicológicas, mas acabam afetando o funcionamento do organismo. “Muitas vezes, a ligação entre ansiedade e compulsão alimentar tem como base problemas emocionais associados à culpa, frustração, questões mal resolvidas, baixa autoestima e obesidade”, ressalta.
Aline destaca que as crises de ansiedade surgem e se tornam um estímulo para a pessoa buscar solução nos alimentos, principalmente nos doces. “A maioria das pessoas enxerga nos alimentos a solução para minimizar o sofrimento ou uma compensação às negatividades. Isso acaba se tornando um hábito, pois o cérebro associa os estímulos ansiosos para a comida. Muitas vezes, as pessoas comem para suprir um vazio que está no emocional e não no organismo”, pontua a neuropsicóloga.

fonte: o imparcial digital