A receita é datada de
milhares de anos.
Os formatos e tipos são
praticamente infinitos. O
pão, considerado um dos
alimentos mais tradicionais
em todo o mundo e verdadeira paixão nacional,
segue em alta. O primeiro quadrimestre de 2020
registrou um aumento de
6,2% em faturamento e
7,1% em volume na categoria de pães industrializados. Os números representam, respectivamente,
R$ 1,8 bilhão e 143 mil
toneladas, segundo dados
da Associação Brasileira
das Indústrias de Biscoitos,
Massas Alimentícias e Pães
& Bolos Industrializados
(Abimapi). Ainda, de acordo
com a Associação Brasileira
da Indústria de Panificação
e Confeitaria (ABIP), o mercado de panificação e confeitaria
faturou R$ 105,85 bilhões no
país, o que representa um cres- cimento de 15,3% em relação a
2020.
Mas, além do tradicional pão- zinho francês, a cesta de saudá- veis cresceu 32% e a categoria
de pães saudáveis acompanhou
esse movimento, principalmente
com ganho de presença junto
ao público jovem, aumentando o
consumo e representando 30%
dos consumidores da categoria.
Tão importante que é, o pão
ganhou um dia para chamar de
seu e, inspirada no Dia Mundial
do Pão celebrado em 16 de
outubro, especialista da Jasmine
Alimentos desvenda mitos e verdades sobre o alimento que já foi
cunhado como “vilão” na rotina
de quem quer emagrecer e se
alimentar de forma mais saudável.
Culpem o carboidrato?
É importante esclarecer que
nenhum alimento ou preparação
pode ser considerado “herói”
ou “vilão” da alimentação. Da
mesma forma, nenhum alimento “engorda” e “emagrece” de
forma isolada. “A alimentação
saudável é um conjunto de decisões, ações e hábitos. E nesse
contexto, destacam-se: o consumo diário de frutas, legumes e
verduras; a ingestão adequada
de água; alimentar-se de comida
de verdade. selecionar produtos industrializados de boa qualidade nutricional com a leitura e compreensão da lista de
ingredientes; evitar o consumo
de açúcares e seus derivados,
bem como gorduras hidrogenadas presentes em margarinas e
alguns produtos industrializados;
atentar-se à quantidade de gordura saturada; e priorizar grãos e
cereais integrais”, explica a nutricionista e consultora da Jasmine
Alimentos, Adriana Zanardo.
“As pessoas tendem a culpar o carboidrato injustamente”,
complementa, O aumento da
prevalência da obesidade ocorreu em paralelo com a produção
em larga escala de insumos agrícolas de alto rendimento e baixo
custo, como milho, soja e trigo.
Somado a isso, a população passou a ingerir pães industrializados
e ultraprocessados, ricos
em calorias, sal, açúcares
e gorduras. Esses hábitos,
associados ao sedentarismo e ao estilo de vida não
saudável como um todo,
contribuíram para o ganho
de peso da população e a
formação dessas associações diretas. “O pão comumente consumido nos dias
atuais é o pão industrializado e, por isso, é de extrema importância que seja
escolhida uma opção de
boa qualidade nutricional,
ainda mais considerando
seu provável consumo diário”, conclui Adriana.
Pão nosso de todos
os dias
O pão pode ser considerado um alimento nutritivo,
desde que analisada sua
composição e combinações. “Uma receita base,
por exemplo, tem farinha
de trigo refinada, água, fermento biológico, açúcar e
sal. A farinha de trigo no
Brasil é enriquecida com
ferro e ácido fólico, mas
uma unidade de pão não
é suficiente para ser fonte
desses nutrientes. Ou seja,
essa receita básica de pão
possui calorias e carboidratos”, explica.
Levando em consideração o controle da insulina
e glicemia, a melhor forma
de consumir o pão é combinando com recheios à
base de proteínas e fibras,
como creme de ricota, frango, pasta de grão-de-bico
e legumes. Dessa forma, o
esvaziamento gástrico fica
mais lento, e a absorção
do carboidrato mais devagar e controlada, evitando
picos glicêmicos e liberações intensas de insulina.
“Esse controle é importante
para auxiliar na prevenção
de Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT),
como obesidade, diabetes,
hipertensão e alterações
em colesterol e triglicérides”, complementa a nutricionista. Outra dica simples
é retirar o miolo para que a
porção do pão em si fique
menor. “A casca do pão
tem exatamente a mesma
composição do miolo”,
explica.