Rendendo mais que a poupança, CDB cai nas graças do investidor

Depois que uma
pesquisa do Ipec
(ex-Ibope), encomendada pelo C6 Bank,
apontou crescimento
do número de brasileiros que investem seus
recursos em certificados de depósito bancário (CDBs) diante do
aumento para 13,75%
da Selic, a taxa básica
de juros, este tipo de
investimento caiu nas
graças de quem deseja
proteger o bolso. Entre
os títulos de renda fixa
mais tradicionais do mercado, os CDBs agora
respondem por 22% dos
investimentos, número que
se aproxima dos 28% investidos na poupança – ainda a
principal aplicação do país.
Os fundos de investimentos aparecem com participação de 16%, seguidos das
ações (14%), do Tesouro

Direto (13%) e linhas de crédito imobiliário (LCI) e linhas
de crédito do Agronegócio
(LCA), com 9%. Num cenário econômico de incertezas – com os economistas
apontando severa inflação
nos últimos doze meses
enquanto o Governo insiste
no discurso de deflação no
último trimestre –, é grande o risco de se guardar
o dinheiro embaixo do colchão.
Especialista em gestão
de negócios e de patrimônio
financeiro da W Financial,
Paco Fazito ressalta que o
cenário é instável. Ele recomenda que, antes mesmo
de se pensar em investir
no médio ou longo prazo, é
necessário ter uma reserva
de emergência. “É o que o
brasileiro, infelizmente, não
costuma fazer. O investidor
às vezes tem investimentos
em ações em renda variável,
mas não tem uma reserva
financeira de emergência.
Diante de um imprevisto, ele será obrigado a vender suas ações, realizando um prejuízo. O
ideal é ter uma receita
e protegê-la por meio
de reservas financeiras de emergência e
seguros, para somente depois fazer seus
investimentos”, ensina.
Fazito defende que
o pequeno investidor
busque ativos mais
conservadores e de
renda fixa, aproveitando a tendência de
alta da Selic nos próximos dois anos – considerando a previsão
de que permanecerá
numa faixa acima dos
10% aproximadamente. “A primeira coisa a
se saber ao contratar
um produto financeiro
é a certeza de que o
dinheiro renda acima
da inflação”.
Desta forma, alguns
CDBs e outros produtos de renda fixa rendem próximos a 100%
do CDI, permanecem
acima da inflação e
permitem ao investidor a possibilidade de
obter um resgate imediato para sua reserva
financeira de emergência. Fazito alerta ainda
para que o investidor
não caia em “pegadinhas” nas quais os
produtos de renda fixa
não têm liquidez e que
só permitem o resgate no vencimento, sob
pena de deságio