O valor da produção
agrícola do país
em 2021 bateu novo
recorde e alcançou R$
743,3 bilhões, aumento de 58,6% em relação
ao ano anterior. A área
plantada totalizou 86,7
milhões de hectares, o
que representou ampliação de quase 3,3 milhões
de hectares, área 3,9%
superior à registrada em
2020. Após dois anos
seguidos de recordes na
série, a safra de grãos
caiu 0,4% em 2021, com
254,4 milhões de toneladas.
Os dados constam
da publicação Produção
Agrícola Municipal (PAM)
2021, divulgada hoje
(15) pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística
(IBGE).
Segundo o levantamento,
entre as culturas agrícolas
que mais contribuíram para
esse crescimento, o destaque
foi para a soja, que alcançou
a marca de 134,9 milhões de
toneladas, gerando R$ 341,7
bilhões em valor bruto, acréscimo de 102,1% frente à safra
anterior, até então recorde
na série histórica. De acordo
com a Secretaria de Comércio
Exterior, do Ministério da
Economia, a soja foi o segundo produto em valor na pauta
de exportação nacional.
Conforme o IBGE, a produção de milho, segundo produto
agrícola em valor de produção,
apesar da queda de 14,9%
no volume produzido, de 88,5
milhões de toneladas, gerou
um valor bruto de R$ 116,4
bilhões, superando em 60,7%
o registrado em 2020.
De acordo com os pesquisadores, a elevada demanda
externa e interna das commodities agrícolas, com o dólar
mantendo sua valorização
frente ao real, somada à escalada nos preços dos combustíveis, os preços dos principais
produtos agrícolas nacionais
estabeleceram-se em patamares elevados. Como resultado,
a produção agrícola brasileira, em 2021, apresentou novo
crescimento no valor de produção.
“O ano foi marcado pela
instabilidade climática entre o
outono e o inverno, que afetou
principalmente o desenvolvimento das culturas de segunda safra em boa parte do território nacional. Culturas como
o milho, a cana-de-açúcar e o
café apresentaram significativa queda na produção. Os estados do
Paraná e Mato Grosso
do Sul foram os mais
afetados”, informou o
IBGE.
“Contudo, as principais culturas temporárias com predomínio de
cultivo na primeira safra,
como a soja e o arroz,
apresentaram bons
resultados. Destaque
para o estado do Rio
Grande do Sul, que apresentou boa recuperação,
após problemas climáticos enfrentados no ano
anterior, que afetaram a
produtividade de diversas culturas no território
gaúcho”, acrescentou o
instituto.
A quantidade produzida de cana-de-açúcar
teve retração de 5,3%
em 2021, influenciada
por fatores climáticos
desfavoráveis e redução da área de cultivo.
Entretanto, o valor de
produção alcançado no
ano foi 24,4% superior,
resultado da elevação
dos preços do açúcar e
etanol.
“A produção de café,
outro importante produto
agrícola nacional, em ano
de bienalidade negativa
do tipo arábica, registrou
expressiva queda na
produção frente à safra
anterior, com redução
de 19,2%, porém, com o
aumento dos preços do
grão no mercado global,
apresentou crescimento do valor da produção
na ordem de 27,9% no
ano”, diz a pesquisa.