Mitos e verdades sobre a mamografia

Exame é a forma mais eficiente de detecção de câncer de mama, mas as mulheres ainda têm muitas dúvidas sobre ele

A FEMAMA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama lembra que o exame de mamografia é um dos maiores aliados para o diagnóstico precoce e tratamento adequado para o câncer de mama. Por isso, acredita que, divulgando esses mitos e verdades sobre o assunto, mais mulheres podem seguir as orientações que realmente fazem diferença na detecção precoce do câncer de mama, como manter consultas e exames preventivos em dia.

De acordo com o Inca – Instituto Nacional do Câncer, para este ano a estimativa de novos casos de câncer de mama é de 66.280. “Daí a importância dos exames de rotina com mamografia”, alerta a mastologista e presidente da FEMMA, dra. Maira Caleffi. Ela lembra também que é imprescindível se preocupar com a qualidade da imagem do exame. “Uma imagem ruim pode atrasar ou ocultar o diagnóstico e o início do tratamento.”

Veja, abaixo, os principais mitos e verdades sobre a mamografia.

A radiação emitida pela mamografia é muito arriscada e pode causar câncer?
A mamografia usa raios X para avaliar a imagem da mama utilizada no rastreamento do câncer de mama. A imagem é obtida com um feixe de raios X de baixa energia, após a mama ser comprimida entre duas placas. Como o feixe é de baixa energia, o risco associado à exposição da radiação é mínimo, principalmente quando comparado com o benefício que pode ser obtido.

É um exame muito caro?
Toda paciente atendida pelo SUS não paga nada para a realização da mamografia em casos de mulheres com sintomas e solicitada pelo médico. A mamografia de rastreamento pelo SUS é oferecida segundo recomendações do Inca para mulheres de 50 a 69 anos de 2 em 2 anos. Todos os convênios e seguros de saúde cobrem o custo do exame. Se tiver de ser feito de forma particular, há clínicas e laboratórios com diferentes preços.

Como escolher onde fazer a mamografia?
Nem sempre o local mais perto de casa é o mais adequado, pois é muito importante escolher um local onde a qualidade da imagem seja boa, porque isso pode afetar a leitura do resultado. O médico solicitante pode indicar os melhores locais na sua região ou você procurar por um selo de qualidade fornecido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia.

Por que a qualidade da imagem é importante?
Se a qualidade da imagem não for boa, a leitura do resultado pode não ser eficiente e dar um falso negativo, atrasando, por exemplo, o início do tratamento ou, o que é ainda pior, não mostrar nada mesmo a mulher tendo queixas.

A mamografia dói?
Por se tratar de um exame que consiste na compressão controlada das mamas no aparelho, pode ocorrer algum desconforto. Mas a mamografia é um exame muito rápido e a dor é tolerável. O desconforto provocado pelo exame é muito rápido.
Algumas dicas que podem diminuir esse desconforto:
Agende seus exames para quando suas mamas estiverem menos sensíveis – evite marcar logo antes da menstruação. Tome um analgésico antes do exame para aliviar a dor.
Avise a técnica em mamografia que você pode estar sensível à dor, dessa forma ela ajudará para que o exame seja menos doloroso e incômodo.

Eu não tenho nódulos nas mamas, mesmo assim tenho que fazer mamografia?
As mamografias podem mostrar pequenos nódulos, ainda não palpáveis, com tamanho de 3 a 4 milímetros, até 3 anos antes de você senti-los. Os tumores pequenos, em estágio inicial, são tratáveis mais facilmente e o diagnóstico precoce tem chance de até 95% de cura.

Meus seios são muito densos e me disseram que, nesse caso, a mamografia não é eficiente.
A mamografia pode não ser tão eficaz na detecção de nódulos ou lesões malignas em mamas densas, mas também não é inútil. Se sua mamografia não está clara em função das mamas densas, o médico poderá pedir um segundo exame de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética.

Eu me alimento bem e faço exercícios regularmente, logo, não corro riscos.
Mesmo assim preciso fazer mamografia? Dieta equilibrada e prática de exercícios podem diminuir o risco de câncer de mama, mas não o elimina completamente. Por isso é muito importante realizar a mamografia a partir dos 40 anos anualmente como preconizam sociedades médicas especializadas nacionais e internacionais. Cuide de sua saúde, cuide de suas mamas.

Posso fazer a mamografia menstruada?
O recomendado é evitar a semana que antecede a menstruação, pois, como a mama estará mais inchada, você pode sentir dor durante o exame.

Quanto maior a mama, maior a dor ao fazer o exame.
Isso não é verdade. A dor depende da tolerância de cada pessoa.

Mulheres com silicone podem fazer mamografia?
O silicone não prejudica o exame, que, por sua vez, também não causa nenhum risco para a paciente ou de danos à prótese. A usuária de próteses mamárias deve fazer manobras especiais com mais incidências, ao invés de 2 em cada mama, devem ser 4 em cada mama.

O autoexame das mamas substitui a mamografia?
Não, o autoexame é somente o primeiro passo para a detecção precoce do câncer de mama. Se a mulher conhecer o próprio corpo e identificar qualquer alteração na região das mamas deve procurar atendimento médico. Caso sinta a presença de algum caroço (cisto ou nódulo), a mulher deverá consultar um médico ginecologista ou mastologista, que poderá solicitar o exame de ultrassonografia e até biópsia em caso de dúvidas para ajudar o exame clínico, permitindo uma avaliação e diagnóstico detalhado.

Mulheres que estão amamentando podem realizar a mamografia?
Não há nenhuma contraindicação da mamografia em mulheres que estejam amamentando. Mas, neste caso, o recomendado é associar a outros exames (ultrassom, por exemplo), já que as mamas ficam mais densas durante a amamentação, diminuindo a eficácia do exame para detectar o câncer. Mulheres grávidas devem evitar a mamografia de rotina. Somente fazer para investigação de algum nódulo suspeito.