Copa América 2021 vem sendo realizada sem presença de público nos estádios Foto: RODOLFO BUHRER / REUTERS
POR Rafael Oliveira | OGLOBO ESPORTE
O último dia da fase de grupos da Copa América pode ser considerado uma síntese da primeira etapa da competição. Sem empolgar ninguém, mostrou que o torneio deve ser polarizado entre o Brasil de Neymar e a Argentina de Messi, que só se enfrentam numa eventual decisão. Os dois jogos desta segunda reuniram um pouco de cada uma destas evidências. No Nilton Santos, a vitória magra do Uruguai por 1 a 0 sobre o Paraguai foi mais uma partida apática. Já na Arena Pantanal, o camisa 10 argentino comandou a goleada de 4 a 1 sobre a frágil e eliminada Bolívia.
A expectativa é de que, a partir das quartas de final, que começam na sexta-feira, a Copa América ganhe ao menos em emoção. O torneio, que antes de começar já sofria com a rejeição popular por ser realizado em meio à pandemia de covid-19, não disse a que veio mesmo depois que a bola começou a rolar.
RELEMBRE AS SELEÇÕES CAMPEÃS DA COPA AMÉRICA
Seleção campeã do Uruguai em 1916. País é detentor de 15 títulos (1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935,1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995 e 2011) na competição Foto: ReproduçãoEquipe da Argentina de 1925. O principal rival brasileiro vem logo atrás do Uruguai, com 14 títulos, referentes aos anos de 1921, 1925, 1927, 1929, 1937, 1941, 1945, 1946, 1947, 1955, 1957, 1959, 1991 e 1993 Foto: ReproduçãoSeleção do Brasil de 1999, formada por Cafu, Dida, Rivaldo, João Carlos, Antônio Carlos, Flávio Conceição, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto e Ronaldo. Apesar de ser a maior campeã mundial, a seleção brasileira é a terceira colocada na quantidade de títulos (1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007) da Copa América Foto: Hipólito Pereira / Agência O GloboDono de dois títulos (1953 e 1979), o Paraguai está desde o fim da década de 70 sem conquistar a Copa América. É uma das três seleções na prateleira das que venceram duas vezes a competição Foto: Hipólito Pereira / Agência O GloboTambém sem levantar o caneco desde a década de 70, a seleção do Peru é outra que tem dois títulos na competição: 1939 e 1975 Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
Chile também possui dois títulos na competição, conquistados em 2015 e 2016 Foto: Alexandre Cassiano / Agência O GloboA última da prateleira com um título a conquistar a Copa América, a Colômbia levantou a taça em 2001 Foto: Yuri Cortez / AFPJá a Bolívia tem também um título, conquistado há mais de 50 anos Foto: Mariana Bazo / REUTERS
Nos 20 jogos da primeira fase, seis terminaram sem um vencedor. Outros seis tiveram o placar magro de 1 a 0. Ao todo, 45 gols foram marcados, o que dá uma média de 2,25 para cada partida.
Em compensação, outro número é muito mais expressivo. De acordo com o Ministério da Saúde, 198 casos de covid-19 foram registrados na Copa América até a última segunda. São 57 entre jogadores e membros das delegações, 137 prestadores de serviços e quatro da Conmebol (equipe de arbitragem, médicos e logística).
RELEMBRE OS BRASILEIROS QUE JÁ FORAM ARTILHEIROS DA COPA AMÉRICA
EVERTON – Último jogador brasileiro a entrar no seleto grupo de artilheiros da Copa América, Everton dividiu o destaque da edição de 2019 com o peruano Paolo Guerrero, ambos com 3 gols Foto: ReproduçãoROBINHO – O atacante foi artilheiro da edição da Copa América em 2007, com 6 gols Foto: Jorge William / Agência O GloboADRIANO – O centroavante é o maior artilheiro (sete gols) de uma edição da Copa América no século 21 (2004) Foto: Alexandre Cassiano / Agência O GloboRIVALDO e Ronaldo foram a segunda dupla brasileira na história a dividir a artilharia de uma edição da Copa América, em 1999 Foto: Hipólito Pereira / Agência O GloboRONALDO – Artilheiro ao lado de Rivaldo na Copa América de 1999, com cinco gols Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
BEBETO – No quarto título de Copa América da seleção brasileira, foi o maior goleador do campeonato de 1989 Foto: Eurico Dantas / Agência O GloboROBERTO DINAMITE – Em 1983, quando o Brasil foi vice, perdendo para o Uruguai, Roberto Dinamite dividiu a artilharia com outros três jogadores: Carlos Aguilera (Uruguai), Jorge Burruchaga (Argentina) e Eduardo Malásquez (Peru) Foto: Jorge Marinho / Agência O GloboPELÉ – Na única edição de Copa América de que participou, em 1959, o Brasil não foi campeão. Mas o rei se sagrou artilheiro com 8 gols na competição Foto: Arquivo / Agência O GloboJAIR ROSA – Entre os brasileiros, Jair Rosa Pinto foi o maior artilheiro em uma edição da Copa América. Jogador marcou 9 gols na edição de 1949 Foto: Arquivo / Agência O GloboHELENO DE FREITAS – Craque balançou a rede por 6 vezes, dividindo a artilharia da competição com Norberto Méndez, da Argentina, em 1945 Foto: Indaiassu Leite / Agência O Globo
MANOEL RECO e ARTHUR FRIENDEREICH (à direita da foto) dividiram a artilharia na edição de 1919, a primeira em que o Brasil se destacou no maior número de gols Foto: Arquivo / Agência O Globo
Levando em consideração que o torneio contabiliza 18 dias, a média é de 11 contaminados por dia. Ou seja: a Copa América até agora registra mais casos de Covid-19 do que gols. Uma constatação desoladora.
Enquanto isso, Neymar e Messi formam o contraponto. Relegados da Eurocopa, centro das atenções do mundo do futebol neste fim de temporada europeu, os dois astros usam a Copa América para aumentar seu protagonismo em suas seleções. Com os dois gols sobre a Bolívia, nesta segunda, o meia se isolou ainda mais como maior artilheiro da Argentina, com 75 gols marcados. Ele também se tornou o recordista de partidas pela seleção (148).
Neymar também vem se beneficiando da fragilidade dos adversários. O atacante ja chegou aos 68 gols e ultrapassou Ronaldo como o segundo maior goleador da seleção brasileira. Ele agora só tem Pelé a sua frente. Mas falta pouco para alcançar o Rei do futebol. A distância entre os dois é de apenas nove gols.
Como ficaram os confrontos das quartas de final
Q1: Peru x Paraguai (jogo no Olímpico (GO), 2 de julho, às 18h)
Q2: Brasil x Chile (jogo no Nilton Santos, 2 de julho, às 21h)
Q3: Uruguai x Colômbia (jogo no Mané Garrincha, 3 de julho, às 19h)
Q4: Argentina x Equador (jogo no Olímpico (GO), 3 de julho, às 22h)