CoronaVac é 67% efetiva na prevenção da infecção sintomática por Covid-19, aponta estudo no Chile

A vacina contra a Covid-19 CoronaVac é 67% efetiva na prevenção da infecção sintomática pela doença, mostrou um estudo com dados do mundo real conduzido por autoridades chilenas, divulgado nesta sexta-feira.

Além disso, o imunizante mostrou uma efetividade de 85% para prevenir internações e de 80% na prevenção de mortes pela Covid-19, segundo o relatório elaborado pelo Ministério da Saúde do Chile.

O estudo examinou a efetividade da CoronaVac entre 10,5 milhões de pessoas, observando indivíduos que foram vacinados e os que não foram.

A CoronaVac é uma das duas vacinas contra a doença utilizadas atualmente na imunização da população brasileira. Ela é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com laboratório chinês Sinovac.

— Esses números devem transmitir tranquilidade ao país — disse o ministro da Saúde do Chile, Enrique Paris, na entrevista coletiva em que foram apresentados os resultados do estudo, realizado entre 2 de fevereiro e 1 de abril.

Em janeiro, o Butantan, que liderou os testes clínicos em fase 3 com a CoronaVac no Brasil, anunciou que o imunizante apresentou eficácia global de 50,38% na prevenção da Covid-19, 78% de eficácia contra casos leves da doença e de 100% contra quadros moderados e graves.

Enquanto os dados de eficácia de uma vacina se referem ao seu desempenho dentro de um ensaio clínico, os de efetividade se referem ao desempenho em condições reais de uso.

A divulgação dos dados coloca o Chile entre os países, incluindo Reino Unido e Israel, que usaram as campanhas de vacinação contra a Covid-19 para reunir dados sobre a efetividade das vacinas fora dos ensaios clínicos controlados e quando confrontadas com variáveis imprevisíveis nas sociedades.

Vacinação no Chile

O Chile é um dos países do mundo onde o processo de vacinação avança mais rápido. Até esta sexta-feira, o país havia conseguido vacinar 7,6 milhões de pessoas com pelo menos uma dose e mais de 5 milhões com as duas doses.

O objetivo das autoridades é vacinar 80% da população chilena, ou seja, 15,2 milhões de pessoas. De todos os vacinados no país, 90,7% foram com a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, enquanto 9% receberam a vacina da Pfizer/BioNtech.

A vacinação no Chile começou em 24 de dezembro com trabalhadores médicos. No início de fevereiro começou em massa, primeiro com aqueles com mais de 90 anos de idade, e depois com o resto da população diminuindo progressivamente de idade. Nesta semana, adultos saudáveis entre 49 e 48 anos foram vacinados.