FPF convoca “reunião de urgência” com clubes para discutir futuro do Paulistão

A Federação Paulista de Futebol convocou para as 12h desta quinta-feira uma reunião com os clubes da Série A1 do Campeonato Paulista. A pauta será o futuro do torneio, suspenso desde a última segunda-feira por determinação do governo do estado.

O e-mail para o encontro virtual foi enviado aos clubes por volta das 10h30. Uma fonte disse ao ge que o termo usado foi “reunião de urgência”.

Em reunião na última terça, os clubes sugeriram que a FPF buscasse a Justiça para retomar a competição. A entidade, no entanto, buscava outros estados dispostos a receber os jogos antes de judicializar a situação. A quinta rodada, inicialmente, está marcada para acontecer no fim de semana.

Na semana passada, o governo de São Paulo decretou a suspensão das atividades esportivas, inclusive o Campeonato Paulista, de 15 a 30 de março, como forma de tentar conter o avanço da pandemia de Covid-19.

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A Federação Paulista de Futebol foi contrária à medida. Nesta segunda-feira, houve reuniões com o governo estadual e com o Ministério Público, na tentativa de derrubar a decisão, mas sem sucesso. Insatisfeita, a Federação soltou uma nota dizendo que a decisão do governo “foge de qualquer conceito médico e científico”.

Por causa da paralisação, o jogo entre São Bento e Palmeiras, atrasado da terceira rodada, passou para Belo Horizonte, mas também acabou suspenso – já que o governo de Minas Gerais proibiu a realização de partidas de outros Estados.

Federação Paulista de Futebol defendeu continuação do campeonato — Foto: Emilio Botta

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Tentativa de seguir com o campeonato

Em reunião com os representantes das partes envolvidas, a FPF apresentou um protocolo específico para a fase emergencial decretada no estado de São Paulo. Alguns pontos apresentados foram:

  • Redução de 75 para 33 jogos no período (25 da Série A1, oito da Série A2 e a pausa na Série A3);
  • Reforço do sistema de “bolha” para a realização dos jogos;
  • Testagem para Covid-19 antes e depois das partidas;
  • Redução de 70% do efetivo de funcionários nos estádios;
  • Conscientização de PM e Guarda Civil junto às torcidas para evitar aglomerações;
  • Jogadores entrando em campo com máscaras para reforçar a conscientização.

No entanto, mesmo com o endurecimento do protocolo, o pedido para o prosseguimento do campeonato foi negado. A partir de então, a federação e os clubes passaram a estudar alternativas, como levar os jogos para outros estados ou judicializar a questão.

Por Heitor Esmeriz e Leonardo Lourenço