Representantes da Prefeitura, da Santa Casa e do Ministério Público Estadual (MPE) se reuniram de forma on-line no início da noite desta sexta-feira (5) para tratar sobre o colapso na saúde após a identificação da nova variante da Covid-19, em Dracena.
A médica e coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid da Santa Casa de Dracena, Aline Damasceno de Avance, fez uma análise sobre o atual momento e uma projeção da pandemia na cidade.
“Vamos ter um boom de casos graves nos próximos dias e um pico da doença em abril”, declarou a médica.
Conforme Avance, com a identificação da nova variante em circulação na cidade, o cenário ainda é mais preocupante do que no início da pandemia, pois os casos da doença estão atingindo pacientes de todas as faixas etárias, com alta taxa de internação prolongada, sobrecarregando os leitos de UTI e enfermaria Covid-19.
“Vamos inaugurar mais dez leitos de UTI Covid, mas todos já serão ocupados”, disse a médica em relação ao aumento de pacientes para internação.
“A força tarefa agora é a contribuição da população seguindo todas as recomendações que já vem sendo adotadas desde o início da pandemia”, explicou Avance.
Atualmente, segundo Aline, 20 pessoas estão no Centro Municipal de Atendimento à Covid-19 (Cemac) aguardando vagas para leitos de hospitais. Já no Pronto Atendimento Municipal (PAM) são cinco pacientes que esperam por vagas, todos eles entubados.
O superintendente da Santa Casa, Alessandro Mendes, disse que antes da pandemia eram gastos 200 m³ de oxigênio por dia, mas agora com a pandemia, são gastos 800 m³ de oxigênio por dia.
A secretária-adjunta da Saúde, Geni Pereira Lobo Pesin, afirmou que “o momento é grave e todos estão no mesmo barco”. Ela reforçou para que a população adote todas as medidas e protocolos de saúde, principalmente o isolamento social.
O promotor de Justiça, Ruy Fernando Anelli Bodini, disse que o Ministério Público vem dialogando constantemente com a Prefeitura e a Santa Casa sobre a situação da pandemia na cidade. Bodini afirmou que, devido à gravidade da doença na cidade, novas medidas mais rígidas poderão ser estudadas para serem adotadas.
“Possivelmente iremos estudar e propor uma recomendação de um lockdown por mais dias, caso a situação não melhore”, afirmou o promotor.
Bodini disse ainda que a promotoria está em constante diálogo com a Polícia Militar e Vigilância Sanitária Municipal para coibir aglomerações e festas clandestinas por descumprimento dos decretos municipal e estadual.
POR CARLOS VOLPI | TV FRONTEIRA